Já fez aniversário e o problema continua o mesmo. O processo que envolve a denúncia de duplicidade de IPTU sobre o terreno do senhor José Raimundo de Figueiredo, de 80 anos, parece ter virado uma verdadeira “maratona administrativa” dentro da Prefeitura de Camaçari.
Mesmo após 30 dias da entrega direta do caso nas mãos do secretário da Fazenda, o impasse continua sem solução concreta — e, segundo fontes internas, o processo tem mudado de setor em setor, sem que ninguém assuma a responsabilidade de resolver o problema.
🕒 Um mês de espera e nenhuma resposta
No dia da entrega, o gesto simbólico foi tratado como um marco de transparência e esperança. O chamado “Xerife de Camaçari” entregou pessoalmente ao secretário da Fazenda toda a documentação referente ao caso, que envolve duas matrículas ativas para o mesmo imóvel, gerando duas cobranças de IPTU.
Mas, passados 30 dias completos, o que era para ser um passo administrativo simples — identificar qual matrícula é legítima e anular a duplicada — segue sem avanço prático.
“Dizem que está sendo analisado, mas o processo parece um carrossel: cada hora está em um setor diferente”, comenta uma fonte próxima ao proprietário.
⚖️ Caso envolve possível falsificação e erro cadastral
O caso chama atenção pela gravidade: duas averbações feitas em dezembro de 2024 teriam alterado dados do imóvel, inclusive com erro no nome da esposa do dono e assinatura suspeita. O resultado foi a criação de duas inscrições municipais e duplicidade de cobrança do imposto.
Mesmo com ações tramitando na Justiça — incluindo pedidos de nulidade de matrícula e cancelamento de lançamento fiscal — a expectativa era que a Secretaria da Fazenda resolvesse administrativamente a parte que lhe compete.
📄 Trâmites lentos e desorganização interna
Fontes relataram que o processo chegou a passar pela Coordenadoria de Cadastro Imobiliário, depois foi enviado à Procuradoria Fiscal, e agora estaria em “análise de protocolo”. Nenhum desses setores, porém, apresentou despacho conclusivo.
A falta de retorno formal e a ausência de uma posição oficial da Prefeitura de Camaçari têm revoltado moradores e despertado críticas nas redes sociais.
“Parece brincadeira com a cara do cidadão. O processo faz aniversário, muda de mesa, muda de setor, mas continua parado”, ironizou um leitor.
💬 E o morador segue pagando o preço
Enquanto isso, o senhor José Raimundo continua aguardando a regularização para não ser cobrado em duplicidade por um imposto que deveria ser único. Aos 80 anos, ele diz que só quer justiça e tranquilidade:
> “Não quero favor, só quero que olhem o que está errado e corrijam. Eu pago o que devo, mas não duas vezes pelo mesmo terreno.”
📢 Cidadãos cobram agilidade
O caso reacende um debate sobre eficiência administrativa e transparência nos processos internos do município. Muitos questionam por que um problema com evidências documentais claras leva tanto tempo para ter uma solução, mesmo com o envolvimento direto de um secretário.
Até o fechamento desta matéria, a Secretaria da Fazenda ainda não havia se pronunciado oficialmente sobre o motivo da demora, nem apresentado um prazo para resolver o impasse.







