No dia 2 de dezembro, uma greve significativa mobilizou cerca de dois mil trabalhadores da construção civil em uma grande obra situada em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, na Bahia. Os operários, tanto terceirizados quanto contratados pela empresa de engenharia Falcão Engenharia e Soluções, expuseram a situação precária em que se encontram, caracterizando seu trabalho como análogo à escravidão, onde a exploração é intensa para atender às demandas da BYD.

Reivindicações dos Trabalhadores

Os operários apresentaram uma lista de exigências, incluindo:

  • Melhores condições de trabalho
  • Regularização dos pagamentos salariais
  • Aumento do adicional por insalubridade
  • Auxílios para alimentação e transporte
  • Instalações de bebedouros e banheiros
  • Criação de fumódromos
  • Transporte interno na fábrica
  • Fim da escala 6×1

Repressão à Greve

No dia 9, durante um protesto, a Polícia Militar da Bahia foi chamada para reprimir a manifestação dos trabalhadores. A repressão ocorreu logo após o governador local criticar a “uso da força desmedida” em uma operação no Rio de Janeiro. Relatos indicam que a polícia utilizou bombas de gás lacrimogêneo, mas não conseguiu dispersar os manifestantes.

Além disso, no dia 8, três operários que participavam das mobilizações foram demitidos via WhatsApp, incluindo candidatos à Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), que têm estabilidade garantida pela legislação trabalhista. As informações disponíveis indicavam que demissões não ocorreriam e as faltas seriam abonadas durante as negociações.

Posição do Sindicato

A direção do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil não reconheceu a greve durante três dias, mostrando uma postura que não representou os interesses dos operários. Em resposta, os trabalhadores realizaram uma assembleia e fundaram o Sindicato Livre de Trabalhadores da Construção Civil de Camaçari.

Tema da Vigilância e Repressão

Após uma denúncia ao Ministério Público do Trabalho que resultou em uma multa significativa à BYD, a empresa intensificou a vigilância sobre os operários, instalando 135 câmeras e proibindo a fotografias no ambiente de trabalho. Essa ação visou melhorar sua imagem, com apoio do governador.

O investimento de R$ 5,5 bilhões por parte do governo demonstra que a estratégia atual é restringir as liberdades democráticas e aumentar a superexploração dos trabalhadores. Isso reflete um temor crescente em relação à organização dos operários, cuja mobilização pode ameaçar os planos dos interesses imperialistas na região.

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