Mais uma vez, o “Xerife” está na cola do poder público. O repórter investigativo e figura pública Soldado Andrade protocolou uma nova representação no Ministério Público da Bahia (MP-BA) e no TCE, TRIBUNAL DE CONTA DO ESTADO, desta vez mirando diretamente o presidente da Câmara de Vereadores de Camaçari, Niltinho Maturino (PRD). Segundo Andrade, o chefe do Legislativo teria cometido infrações gravíssimas, entre elas violação da Lei de Responsabilidade Fiscal e atos de improbidade administrativa pela farra na distribuição de CETs (Cargos de Específica Temporária).
De acordo com a denúncia, a gestão de Niltinho extrapolou de forma escandalosa os limites legais de gastos com pessoal, transformando a Câmara Municipal de Camaçari em um verdadeiro “cassino de gratificações”, onde servidores premiados com bônus milionários jogam com o dinheiro público como se fosse fichas de pôquer.
Entre janeiro e março deste ano, a gestão de Maturino distribuiu mais de R$ 1,5 milhão em gratificações. Os dados, obtidos através do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA), revelam os seguintes valores:
Janeiro: R$ 507.570,90
Fevereiro: R$ 530.611,66
Março: R$ 531.819,10
“Isso não é gestão pública, é roleta russa com o orçamento do povo”, disparou Andrade em vídeo publicado nas redes sociais, ao formalizar a representação. O repórter também cobrou ação imediata do Ministério Público, alertando para o risco de colapso financeiro na Casa Legislativa.
Mas a bomba não para por aí.
na segunda-feira passada (5), os 11 vereadores da base governista se reuniram em caráter de urgência para avaliar a condução de Niltinho à frente da Casa. O clima foi de completa insatisfação e revolta. Durante o encontro, os parlamentares classificaram a liderança do presidente como “preocupante” e citaram diversos problemas na gestão, sobretudo na falta de transparência na distribuição de cargos.
Nos bastidores, a conversa é de que a partilha de cargos estaria beneficiando o ex-presidente da Câmara e ex-candidato derrotado nas eleições municipais, Flávio Matos (União Brasil). Segundo os vereadores, Flávio estaria embolsando R$ 100 mil mensais com a nomeação de três servidores — um valor que também teria destino semelhante nas mãos da ex-vereadora Professora Angélica (PP), que foi vice em sua chapa.
A insatisfação geral ganhou força após uma denúncia anônima feita por um radialista local, cujo nome não foi revelado, mas que acendeu o alerta vermelho na bancada aliada.
O cerco está se fechando. E, do jeito que a coisa vai, o “cassino do Niltinho” pode virar caso de polícia.
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