O clima na Câmara de Vereadores de Camaçari esquentou de vez. O repórter investigativo e figura pública Soldado Andrade acaba de responder à defesa apresentada pelo presidente do Legislativo, Niltinho Maturino (PRD), no caso das gratificações milionárias. Segundo Andrade, o documento entregue pelo vereador está recheado de incongruências e não explica os gastos escandalosos denunciados ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) e ao Tribunal de Contas do Estado (TCM).
Em vídeo publicado nas redes sociais, Andrade faz questão de rebater ponto a ponto a versão de Niltinho e reforça que a Câmara transformou-se em um verdadeiro “cassino de gratificações”, onde os recursos públicos são usados sem qualquer responsabilidade.
👉 O vídeo com a resposta completa está disponível logo abaixo e promete dar o que falar.
Corte de verbas revolta vereadores
Além do escândalo das gratificações, outro problema estourou nos corredores da Casa Legislativa: o corte de R$ 5 mil nas verbas de gabinete realizado do dia para a noite.
A medida, imposta sem diálogo, deixou parlamentares revoltados. O detalhe é que a insatisfação não parte apenas da oposição: até vereadores amigos e parceiros de longa data de Niltinho demonstram cansaço com sua postura considerada autoritária e centralizadora.
“É insustentável manter um relacionamento político assim. Não existe parceria quando só um lado decide”, afirmou um vereador da base, sob anonimato.
Denúncia continua a crescer
Vale lembrar que entre janeiro e março deste ano a gestão de Niltinho distribuiu mais de R$ 1,5 milhão em gratificações:
Janeiro: R$ 507.570,90
Fevereiro: R$ 530.611,66
Março: R$ 531.819,10
Os dados foram obtidos junto ao Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA) e embasaram a representação de Soldado Andrade contra o presidente da Câmara.
Segundo o jornalista, a defesa de Niltinho não apresentou justificativas plausíveis para tamanha farra. “O povo precisa saber que a Câmara não é cassino, é Casa Legislativa”, disparou.
Manobras para tentar agradar o TCM
De acordo com o xerife essas medidas repentinas — como os cortes e ajustes no orçamento — seriam, na verdade, uma tentativa de Niltinho se adequar às exigências do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-BA).
Isso porque a representação de Soldado Andrade expôs que a Câmara ultrapassou os limites legais de gastos com pessoal e gratificações, colocando a gestão na mira dos órgãos de controle. O clima é de desespero: cada corte agora parece ser menos um ato de gestão e mais uma corrida para “tapar o sol com a peneira” diante da fiscalização.
Segue o video em anexo, logo abaixo os documentos citados no corpo da matéria