Camaçari, município baiano que se estende por uma área maior do que a da capital Salvador, celebra neste domingo, 28 de maio, os 267 anos de sua emancipação política. Com uma extensão de 785,4 km², frente a 693,8 km² de Salvador, a cidade busca constantemente integrar seus dois principais polos: a sede e a orla. Essa integração é considerada essencial para a preservação e fortalecimento da relevância econômica de Camaçari, que atualmente possui o segundo maior Produto Interno Bruto (PIB) do estado e abriga o maior complexo industrial integrado do Hemisfério Sul.
O contexto econômico global, que cada vez mais valoriza a preservação ambiental, favorece a estratégia de Camaçari. Historicamente, a cidade, fundada em 29 de maio de 1558 como parte da primeira demarcação indígena do Brasil, iniciou seu desenvolvimento em um contexto de colonização portuguesa, onde se buscava proteger a costa do país de invasores.
No início, foram criadas quatro aldeias que se tornaram referência na região: Divino Espírito Santo, Santo Antônio de Rembé, Santo Antônio da Ressaca e Bom Jesus de Tatuapara. Durante muitos anos, a orla de Camaçari, especialmente a Aldeia do Divino Espírito Santo, foi o centro econômico do município. No entanto, as dificuldades de acesso entre a sede e a costa mantiveram a população local afastada das praias, deixando-as mais acessíveis aos moradores de Salvador.
A inauguração de duas estações da Ferrovia da Bahia ao São Francisco em 1861, as estações de Parafuso e Água Comprida, ajudou no crescimento da sede e foi crucial para a emancipação de Dias d’Ávila. Apesar do seu desenvolvimento, Camaçari enfrentou uma proposta de mudança de nome para “Município de Montenegro”, uma homenagem ao desembargador Thomás Garcês Montenegro. Porém, essa troca não teve apoio popular e o nome Camaçari foi mantido.
O historiador Diego Copque ressalta que a mesma classe política que tentou rebatizar a cidade é responsável pela transformação de Camaçari em um polo industrial, o que trouxe impactos sociais, econômicos e ambientais significativos. A exploração de petróleo no Recôncavo Norte foi um marco nesse processo, que levou à chegada da Petrobras e ao surgimento do Centro Industrial de Aratu.
Na década de 1970, Camaçari se destacou na disputa por abrigar o Polo Petroquímico, atraindo grandes investimentos que fomentaram o crescimento populacional e, posteriormente, o desemprego, à medida que muitos trabalhadores perderam seus empregos após a conclusão das obras.
Atualmente, a sede e a orla se deparam com um desafio de ocupação desiguais. Enquanto a orla atrai turistas e segunda residências, a sede permanece voltada para o trabalho. A construção da Linha Verde, na década de 1990, intensificou as divisões sociais e a poluição industrial gerou preocupações de saúde ambiental entre as comunidades locais.
Os esforços para reverter essa situação incluem a pressão por práticas industriais sustentáveis e a adoção de políticas que incentivem a inclusão local e a criação de um ambiente mais saudável. O turismo emergente e diversificado vem se mostrando um vetor importante para a geração de renda e emprego, com a localidade de Guarajuba vivenciando um aumento significativo em investimentos imobiliários.
A secretária municipal de Desenvolvimento Econômico, Adriana Marcele, aponta para a modernização tecnológica e a capacitação da mão de obra como desafios a serem enfrentados. Ela acredita que o polo industrial, que atualmente abriga diversos setores, está preparado para se adaptar e continuar relevante.
O secretário de Turismo, Patrício Oliveira, defende que a atração turística deve ir além de suas praias, abrangendo iniciativas que conectem a sede e a orla e explorem o potencial cultural e histórico da cidade. Ele enfatiza a importância de um turismo inclusivo, que não apenas promova o desenvolvimento econômico, mas também considere aspectos sociais e ecológicos.
O historiador Diego Copque destaca a necessidade de um renascimento do sentimento de pertencimento entre os habitantes de Camaçari, afirmando que o reconhecimento da rica história da cidade pode ajudar a superar as divisões atuais, trazendo à luz os tesouros culturais e naturais que definem a identidade do município.Camaçari, município baiano que se estende por uma área maior do que a da capital Salvador, celebra neste domingo, 28 de maio, os 267 anos de sua emancipação política. Com uma extensão de 785,4 km², frente a 693,8 km² de Salvador, a cidade busca constantemente integrar seus dois principais polos: a sede e a orla. Essa integração é considerada essencial para a preservação e fortalecimento da relevância econômica de Camaçari, que atualmente possui o segundo maior Produto Interno Bruto (PIB) do estado e abriga o maior complexo industrial integrado do Hemisfério Sul.
O contexto econômico global, que cada vez mais valoriza a preservação ambiental, favorece a estratégia de Camaçari. Historicamente, a cidade, fundada em 29 de maio de 1558 como parte da primeira demarcação indígena do Brasil, iniciou seu desenvolvimento em um contexto de colonização portuguesa, onde se buscava proteger a costa do país de invasores.
No início, foram criadas quatro aldeias que se tornaram referência na região: Divino Espírito Santo, Santo Antônio de Rembé, Santo Antônio da Ressaca e Bom Jesus de Tatuapara. Durante muitos anos, a orla de Camaçari, especialmente a Aldeia do Divino Espírito Santo, foi o centro econômico do município. No entanto, as dificuldades de acesso entre a sede e a costa mantiveram a população local afastada das praias, deixando-as mais acessíveis aos moradores de Salvador.
A inauguração de duas estações da Ferrovia da Bahia ao São Francisco em 1861, as estações de Parafuso e Água Comprida, ajudou no crescimento da sede e foi crucial para a emancipação de Dias d’Ávila. Apesar do seu desenvolvimento, Camaçari enfrentou uma proposta de mudança de nome para “Município de Montenegro”, uma homenagem ao desembargador Thomás Garcês Montenegro. Porém, essa troca não teve apoio popular e o nome Camaçari foi mantido.
O historiador Diego Copque ressalta que a mesma classe política que tentou rebatizar a cidade é responsável pela transformação de Camaçari em um polo industrial, o que trouxe impactos sociais, econômicos e ambientais significativos. A exploração de petróleo no Recôncavo Norte foi um marco nesse processo, que levou à chegada da Petrobras e ao surgimento do Centro Industrial de Aratu.
Na década de 1970, Camaçari se destacou na disputa por abrigar o Polo Petroquímico, atraindo grandes investimentos que fomentaram o crescimento populacional e, posteriormente, o desemprego, à medida que muitos trabalhadores perderam seus empregos após a conclusão das obras.
Atualmente, a sede e a orla se deparam com um desafio de ocupação desiguais. Enquanto a orla atrai turistas e segunda residências, a sede permanece voltada para o trabalho. A construção da Linha Verde, na década de 1990, intensificou as divisões sociais e a poluição industrial gerou preocupações de saúde ambiental entre as comunidades locais.
Os esforços para reverter essa situação incluem a pressão por práticas industriais sustentáveis e a adoção de políticas que incentivem a inclusão local e a criação de um ambiente mais saudável. O turismo emergente e diversificado vem se mostrando um vetor importante para a geração de renda e emprego, com a localidade de Guarajuba vivenciando um aumento significativo em investimentos imobiliários.
A secretária municipal de Desenvolvimento Econômico, Adriana Marcele, aponta para a modernização tecnológica e a capacitação da mão de obra como desafios a serem enfrentados. Ela acredita que o polo industrial, que atualmente abriga diversos setores, está preparado para se adaptar e continuar relevante.
O secretário de Turismo, Patrício Oliveira, defende que a atração turística deve ir além de suas praias, abrangendo iniciativas que conectem a sede e a orla e explorem o potencial cultural e histórico da cidade. Ele enfatiza a importância de um turismo inclusivo, que não apenas promova o desenvolvimento econômico, mas também considere aspectos sociais e ecológicos.
O historiador Diego Copque destaca a necessidade de um renascimento do sentimento de pertencimento entre os habitantes de Camaçari, afirmando que o reconhecimento da rica história da cidade pode ajudar a superar as divisões atuais, trazendo à luz os tesouros culturais e naturais que definem a identidade do município.






