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Arlindo Cruz foi homenageado pela X-9 Paulistana em 2019, quando fez sua primeira aparição pública após AVC

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O cantor Arlindo Cruz foi liberado pela equipe médica para desfilar na X-9 Paulistana
Marcelo Brandt/G1
Dois anos após sofrer um AVC, Arlindo Cruz fez sua primeira aparição pública durante o desfile da X-9 Paulistana, no carnaval de São Paulo, em 2019.
A escola fez uma homenagem ao cantor, celebrando os 60 anos que o artista completou na época. Arlindo morreu nesta sexta-feira (8), aos 66 anos.
Arlindo foi liberado pelos médicos para participar do desfile e apareceu no último carro, acompanhado de uma equipe de enfermeiros e segurando um machadinho de Xangô.
Ele chegou em uma cadeira de rodas à região do Anhembi, pouco antes do desfile. Um esquema de segurança foi montado em um hotel próximo ao Sambódromo para a saída do músico de ambulância, rumo à avenida. Já na concentração do desfile, integrantes da escola comemoraram a presença dele com aplausos e gritos de “ele veio”. Sua presença era incerta por causa da chuva que caiu na ocasião, e que poderia prejudicar sua saúde. No fim, ele conseguiu participar da festa.
Seu filho, Arlindinho, também participou da homenagem ao cantar o samba-enredo ao lado do intérprete Darlan Alves.
O terceiro carro representou outras duas escolas. Uma delas, a Império Serrano, escola carioca do coração de Arlindo, e que também homenageou o artista no carnaval de 2023.
A X-9 ficou com a décima colocação naquele carnaval. Logo na comissão de frente, a escola mostrou a luta de Arlindo, através do confronto entre Ajogun, uma força negativa dentro das religiões africanas, e Xangô, santo do cantor. Babi, esposa de Arlindo, foi representada como a orixá Yansã.
Depois disso, a escola explorou a carreira e a vida do sambista, desde sua origem africana ao começo do sucesso no bloco Cacique de Ramos, que culminou nas suas participações no grupo Fundo de Quintal e no programa “Esquenta”.
O quarto carro ainda representou as favelas e seus moradores, sempre exaltados pelo cantor. Mais de 50 atores mostravam a luta e a história das comunidades.
Emoção da família
Babi Cruz, mulher de Arlindo Cruz, chorou durante grande parte do desfile.
“Ele está vivo e ainda tem muito tempo para a gente ser feliz. No dia em que a dor for maior que minha fé, para mim, acabou”, disse Babi ao g1, emocionada após o desfile.
“O que vou falar? Não tem mais lágrimas para sair. Não tem mais alma, mais nada. Só felicidade”, acrescentou, em entrevista à TV Globo.
Arlindinho também conversou com o g1 e afirmou:
“Foi a primeira aparição dele em público. É bom para ele sentir que é amado, que tem que se recuperar ainda mais e que ainda é tempo de ser feliz, como diz a música. Tudo que quero é ver meu pai feliz”, disse o filho do sambista. “Foi sinistro, lindo, do jeito que ele merecia.”
Homenageado da X-9 Paulistana, Arlindo Cruz se prepara para desfilar no Anhembi
Arlindo Cruz é destaque em carro da X-9 Paulistana
Marcelo Brandt/G1
Arlindinho se emociona ao final de desfile em homenagem ao pai

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