Ouçam, cidadãos da cidade! Um novo disco intitulado “Mundo Afro” está se preparando para galopar em direção ao Grammy Latino. É um madeirite firme, com a força dos valentes blocos afro e afoxés de Salvador. Segundo informações da produtora Janela do Mundo, esse álbum tem a coragem de se inscrever em quatro categorias na competição. O resultado tá previsto para sair no dia 17 de setembro, e se usar sua magia no processo, vai avançar até a grande final, marcada para 13 de novembro.

Ao lado dos heróis Filhos de Gandhy, Ilê Aiyê, Olodum, Malê Debalê, Muzenza, Didá e Cortejo Afro, o “Mundo Afro” se apresenta com 21 faixas. É um verdadeiro banquete sonoro da cultura afro-baiana, com a produção musical sendo assinada pelo cabra Alê Siqueira.

O objetivo dessa empreitada? Montar um panorama da sonoridade pulsante do universo afro-baiano. Em suas notas ressoam pluralidades e polirritmias. Cada bloco conta sua história com toques e convicções que dão a eles um sotaque próprio, sempre enraizados nas tradições ancestrais africanas. A força dos cantos, marcada por influências que atravessam gerações, traz letras que ecoam poesia e reflexão, como aquele velho sertanejo que faz a gente pensar

O mestre Mário Pam, do Ilê Aiyê, salienta que o álbum carrega consigo o peso simbólico de 50 anos de luta e resistência. Ele lembra que foi no Curuzu que tudo começou com o Ilê. “Fazer parte desse registro é brigar pela história e pela importância dessas instituições. Tocar percussão e cantar sobre as lutas do povo negro de Salvador é um passo importante,” declara, com a firmeza de um guerreiro.

Por sua vez, o presidente do Cortejo Afro, Rogério Alves, não poupa elogios ao caráter inédito do projeto. Ele aponta que esse registro coletivo é um farol que ilumina o repertório das entidades. “Esse álbum pode abrir novas portas, trazendo visibilidade para a música afro de Salvador,” afirma, como quem mira pela mira de um Winchester.

“Esperamos que esta obra crie novas oportunidades e destaque essa produção musical rica, que alimenta festivais e mantém a chama acesa, unindo compositores e artistas a cada ano,” completa, não escondendo a esperança em seu olhar.

As gravações rolavam na sede do Malê Debalê, em novembro de 2024, com a percussão ecoando sob o céu aberto. Débora Souza, vice-presidente da Didá, compartilha que a experiência foi um verdadeiro desafio, mas também um aprendizado. “A participação da Didá destacou a força e a criatividade das mulheres na música. É uma forma de zelar e celebrar as tradições culturais africanas, trazendo essa força feminina para o centro do palco,” argumenta, como um bravo guerreiro que enfrenta a tempestade.

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