Início das atividades do Parque Aeroespacial da Bahia com cinco empresas instaladas

O Parque Industrial e Tecnológico Aeroespacial da Bahia (PITA-BA), localizado na Base Aérea de Salvador, iniciou suas operações em julho e já abriga cinco empresas. A informação foi confirmada pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) na última segunda-feira (15). O parque visa impulsionar pesquisas e desenvolver soluções nas áreas de aviação, defesa, mobilidade aérea autônoma e exploração espacial.

Segundo André Oliveira, gerente de Novos Negócios do SENAI Cimatec, 70% da área total do parque destina-se à instalação de empresas, que devem operar com CNPJ registrado na Bahia. O objetivo é estabelecer o local como uma base industrial ativa, interligando a pesquisa aplicada com a fabricação de soluções inovadoras.

"A ideia é que as empresas se estabeleçam aqui, com CNPJ baiano, integrando-se ao ecossistema local de inovação e produção", afirmou Oliveira.

Empresas e projetos em desenvolvimento

O PITA-BA é o primeiro parque com esse perfil no Nordeste e o segundo no Brasil, ocupando quase um milhão de metros quadrados e prevendo um investimento de R$ 650 milhões em parcerias público-privadas ao longo de 15 anos. A iniciativa abrange pesquisa científica, inovação tecnológica, produção industrial e capacitação profissional.

Entre as empresas já presentes, estão a Helisul, FCX Aero, Digex, Aba On Tech e Viasat. A Helisul, através de sua subsidiária Helisul Engenharia (Albatross Indústria Aeronáutica), está desenvolvendo a primeira aeronave agrícola autônoma híbrida do Brasil, que funcionará com propulsão elétrica ou etanol. O projeto conta também com parcerias internacionais, como a norte-americana ROTOR.AI e a Robinson Helicopter Company.

Humberto Biesuz, superintendente da Helisul, descreveu a aeronave, que será baseada no modelo Robinson R44, como uma solução para pulverização, dispersão de sementes e monitoramento de culturas. Ele acrescentou que a empresa está investindo em kits de automação e sensores para navegação autônoma, com testes previstos para os próximos dois anos.

"A Helisul Engenharia poderá expandir seu potencial tecnológico e criar soluções cada vez mais alinhadas com nossa política ambiental", destacou Biesuz.

A FCX Aero, voltada para o desenvolvimento de aeronaves não tripuladas, se prepara para iniciar suas operações no parque. De acordo com Gustavo Saches, sócio da empresa, o foco está na redução de riscos humanos em missões complexas. "Estamos desenvolvendo a maior aeronave agrícola não tripulada do mundo e pretendemos avançar nas pesquisas para o transporte de cargas em áreas remotas", afirmou. A previsão é que até 2026, o time cresça para cerca de 40 profissionais.

O campus do SENAI Cimatec abriga dois centros de competência: Aeronáutica e Drones, e Nanossatélites, onde são pesquisadas tecnologias embarcadas, sistemas de navegação e controle de voo, utilizando inteligência artificial em telecomunicações.

Cursos técnicos oferecidos no parque

Na área educacional, a primeira turma do Curso Técnico em Manutenção de Aeronaves já está em curso, com 45 alunos matriculados, resultado de uma parceria com o Governo da Bahia. Além disso, a Universidade SENAI Cimatec lançou uma pós-graduação em Engenharia Aeronáutica destinada a profissionais do setor.

Durante a inauguração, o Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, Comandante da Aeronáutica, ressaltou a importância de centros de competência em Drones e Nanossatélites, além de cursos técnicos especializados. "É gratificante saber que, após dois anos de estudos, estes jovens estarão aptos a atuar no setor", declarou.

Nos próximos cinco anos, o SENAI Cimatec projeta a criação de pelo menos 100 empregos diretos, com possibilidades de crescimento à medida que novos projetos avancem. André Oliveira também mencionou a expectativa de atrair fornecedores de peças e sistemas para a cadeia aeroespacial, integrando todo o ecossistema.

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